Temos a alegria de anunciar a chegada do livro Exercícios de liberdade — Vivências urbanas de uma narradora quase poética, de Marcia Christina Rigonatto e fotografias de Maraí Senkevics.

uma escritora

Ser urbano é dialogar constantemente com a nossa cultura, nossa história, nossa memória. Nós nos definimos pela moda que circula nas ruas, pelas canções do rádio, os escritores que admiramos, pelos rostos com os quais cruzamos em nossa rotina diária e que vemos envelhecer. Contamos o tempo pelas fachadas que mudam, que se transformam ou se deterioram, pelas construções demolidas e as novas que surgem, criando outras paisagens.
Ser urbano é recriar a natureza nas casas, nos canteiros ou nas praças, na expectativa do reencontro com um sentimento de liberdade ancestral, que atribuímos a algum ser imaginário, personagem de histórias, ou a alguém com quem cruzamos de passagem, durante uma viagem de férias.
Mesmo que tentemos outras identidades, ser urbano é definitivo. Nossa natureza estará impregnada, para sempre, dos caminhos da cidade.
Exercícios de liberdade fala dessa identidade urbana. Os autorretratos da fotógrafa Maraí Senkevics mais do que um rosto, materializam sentimentos e expressões de uma narradora/personagem que, entre relatos de uma história pessoal e a prosa poética do seu pensar, convida o leitor a um exercício de liberdade através da literatura e da arte, acompanhando-a numa caminhada pelo espaço urbano, físico e interior que, se em muitas situações parece nos escapar, certamente é mais nosso do que poderíamos supor.

uma fotógrafa

Quando a Marcia me questionou sobre obter fotografias de São Paulo para o seu livro, eu me encantei com a ideia, mas nem pensei em mim e indiquei amigos com trabalhos incríveis, de real inspiração paulistana. Já havia feito fotos da cidade, mas esse nunca foi o foco do meu trabalho. Meu mundo, minha cidade, era o de dentro. Tudo partia de uma busca pessoal, do me encontrar, do habitar meu próprio corpo com confiança e fazer parte do ambiente que me cercava. Meu trabalho era eu mesma. Acontece que a Marcia é também a minha mãe, e mãe às vezes enxerga além. Há de fato uma intersecção entre nossos olhares, pela escrita e pela fotografia. Já partilhamos da mesma família, mesma casa, mesma cidade, sempre seduzidas pelo desejo de encontrar beleza no cotidiano mais banal. Andando pela cidade e registrando sua arquitetura, ou nos jogos de espelho, no encantamento das roupas antigas e no me descobrir dentro de fragmentos familiares, minha fotografia conta um pouco das histórias desse livro. São visões distintas que se unem lindamente nessa obra. Um presente fazer parte de um projeto tão especial.

um livro

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Um livro não é a criação de uma única pessoa. São muitas mãos que trabalham, experiências distintas, visões que se cruzam compondo uma só obra. Além do conhecimento – ideias, linguagens, tecnologias e processos – é preciso haver poesia e encantamento. A Philos sempre procura unir texto e imagem em suas publicações. Não é uma tarefa fácil. No caso de Exercícios de liberdade, as fotografias de Maraí Senkevics não foram criadas diretamente para o texto do livro: são fotografias de uma vida. Os textos também não foram escritos todos em sequência: também são textos de uma vida. O encontro se deu pelos propósitos, e o principal deles foi a busca pela arte no cotidiano. A tarefa final ficou a cargo da equipe editorial Philos. A poesia, está presente em todo o livro – na epígrafe de Leyla Perrone-Moisés, no convite “Ao leitor”, nas crônicas, nas fotos e na junção de tudo isso pela Philos. Finalmente, pelo olhar do leitor ela se renovará, ganhando novos sentidos e significados.

A liberdade é algo que precisamos praticar. Ela está nas coisas mais banais: aquelas que nos lembram que existir é também um prazer.


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Publicado por:Philos

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